Ás vezes, insulto as palavras, pois meus receptores não conseguem compreendê-las. Todavia, um soluço desvia minha atenção e a vítima passa ser o meu eu. Se não há som, talvez não me empenhasse para produzi-lo. Paro, olho para os lados, ninguém! Gostaria de ter um diálogo mais íntimo, porém que nele imperasse o silêncio e o meu eu mais o eu meu pudessem se interpelar, soltar as mais sarcásticas gargalhadas, maldizer tudo e a todos sem nenhum escrúpulo. Ah... para que pensar em moralidade, se há tempos o amor virou um rótulo sem crédito difundido por hipócritas. Seria egoísmo me curvar ao meu ser e ouvi-lo? Neste instante, creio que não, pois farta estou do superficial que ouço de bocas alheias. Não pense que porque suas palavras soariam polidas iriam desviar a temática por mim proposta, zelo pelo formal, também cultuo e não me impressionaria que você ou tu, escolha a variante que o agrade, engendrasse/s discursos tortuosos a fim de comover. Não precisa inventar um ser inexistente para que os meus olhos encontrem o seu, só peço que bata a porta e sai, basta-me a ansiedade de ver a porta ir à direção dos ornatos que a circundam e de repente escutar teu fragor. A partir deste enunciado, pode pensar que temo a solidão, se quer saber, odeio olhar ao meu redor e ver tantos sendo nada. Odeio pensar que me dirigem palavras vãs. Odeio estar só estando acompanhada. Prefiro ser só sozinha, clamo a possibilidade do meu tão sonhado diálogo mencionado acima, se há Deus ou deuses, que me concedam este anseio. Que ande errante até me encontrar em mim.
0 comentários:
Postar um comentário