domingo, 19 de setembro de 2010

Exílio

Assim me sinto hoje, escrava de um sistema que não permite minha ida

Trancafiaram-me no que denotam ser uma cidade

E eu a caracterizo por Nerruda “morrer lentamente”



Hoje entendo bem os versos de Metal contra as nuvens

“Tenho os sentidos já dormentes, o corpo quer e a alma entende”

Neste lugar não tenho sonhos, não existo, perdi minha identidade



Tentei fugir, mas a sociedade me aprisionou ao brandir:

- A fuga é recurso dos fracos!

Fraca? Indaguei-me.



Jamais serei, a resposta ecoava em minha mente

Percorria meu sangue

Mas é o que sou, cedi aos caprichos do que eu maldigo



Mário Quintana já dizia

Analfabeto é o que sabe ler e não lê

Ah, não li...



Até a pouco nem essas linhas conseguiam percorrer meus anseios

Agora já escrevo e li

Agora vou prolongar o meu exílio, não me conformando com as migalhas oferecidas

Contudo, planejando o meu triunfo, a volta, a ressurreição.



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